"CRÔNICAS DE RUAMU": UMA JORNADA ÉPICA PELA AMÉRICA DO SUL ANCESTRAL
- REDAÇÃO
- 27 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de mai. de 2024
Em "Crônicas de Ruamu", Giuliano Andreoli compõe um universo épico com raízes latinas para dialogar sobre violência, racismo, dogmatismo religioso e outras mazelas das civilizações

Em "Crônicas de Ruamu", o escritor e professor Giuliano Andreoli tece um universo de fantasia épica enraizado na América do Sul ancestral. A trama se desenrola em Ruamu, um continente fictício que ecoa a rica geografia e cultura da região, onde a vidente Lagnicté e o capitão Narsciti lutam contra a invasão do império Schwertha.
A obra transcende as referências eurocêntricas da fantasia, substituindo castelos e dragões por pirâmides, construções de pedra e deuses poderosos. Mapas detalhados do continente e seus países, presentes no início do livro, imergem o leitor em um mundo antigo, anterior às civilizações pré-colombianas.
Alguns relatos diziam que a nação de Schwertha era governada por
entidades sobre-humanas ou que seu povo era governado por uma
poderosa bruxaria. Outros diziam que ela o era apenas por reis cruéis,
sádicos e decadentes. Mas todos, sem exceção, diziam que, há cerca de
trinta anos ou mais, os huiracochas, um dos povos que habitam o continente
de Mu, passaram a adorar uma nova religião. E que esse novo culto
radical pregava uma forma extremada de racismo. Assim, a busca por um
tipo de “purificação”, tanto dentro quanto fora do seu continente, os levara
a adotar uma política. (Crônicas de Ruamu – O destino de Eneim, p. 72)
Inspirado pela Teosofia e pelos mitos de cidades perdidas na Amazônia, Andreoli tece alegorias que abordam temas urgentes da contemporaneidade. A opressão racial do império Schwertha evoca o nazismo, enquanto o nome "Schwertha" faz referência à obra "Crônicas de Akakor", que perpetuou a ideia de civilizações avançadas de raça branca na América do Sul antiga.
Através de batalhas épicas e mistérios ancestrais, "Crônicas de Ruamu" convida o leitor a refletir sobre questões como o dogmatismo religioso, a violência contra a mulher, o racismo e a importância de conhecer a própria história para não repetir os erros do passado. A obra é um chamado para resgatar a sabedoria ancestral e enfrentar os desafios da nossa civilização.
GIULIANO ANDREOLI

Giuliano Andreoli é professor universitário, mestre em Educação e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em Pedagogias do Corpo, tem uma formação multiartística nas áreas da dança, teatro, circo e artes marciais. É também pesquisador dessas artes em intersecção com a Educação, e possui diversas publicações de artigos em periódicos científicos na área dos estudos socioculturais.
Na literatura assina o livro “Dança, gênero e sexualidade: Narrativas e Performances” (2019), pela editora Apris. Na área de ficção, publicou os contos “Os Espíritos do Deserto”, na Antologia “Guardião das Areias” (2023), e “Wendigo”, na Antologia “Sangue e Prata” (2024), ambos pela editora Medusa. Publicou ainda “Horror Noturno”, na Antologia “Chamado das Sombras” (2024), pela editora Dark Books.